Luto
Encontre acolhimento e apoio para lidar com a dor da perda e seguir em frente buscando maior equilíbrio e serenidade. [Saiba mais]
Bruna Fialho


1. O que é o luto?
O luto é uma resposta emocional natural que todos nós experimentamos quando perdemos algo ou alguém que era importante para nós. Essa perda pode ser a morte de um ente querido, mas também pode envolver outras situações significativas, como o fim de um relacionamento, a perda de um emprego ou problemas de saúde.
Quando nos apegamos a algo ou alguém, criamos uma conexão emocional profunda, e quando essa conexão é rompida, o impacto pode ser muito forte. O luto é a maneira como lidamos com essa dor, essa sensação de vazio e de desorientação que surge diante da perda. É um processo único e pessoal, que pode envolver uma série de sentimentos, como tristeza, raiva, culpa, medo, ou até confusão e desorientação.
2. As fases do luto
As fases do luto são maneiras pelas quais as pessoas lidam com a dor e a perda, mas é importante entender que elas não são uma sequência rígida, linear ou uma fórmula a ser seguida. Cada pessoa vivencia o luto de forma única, e pode passar por essas fases de maneira diferente ou até repetida. Aqui estão as fases mais comumente identificadas:
Negação
Na fase de negação, a pessoa pode ter dificuldade em aceitar a realidade da perda. A mente tenta se proteger da dor emocional, o que pode levar a um estado de choque ou incredulidade, onde a pessoa não consegue acreditar que aquilo realmente aconteceu. Essa reação é natural e faz parte do processo de adaptação ao luto.
Raiva
Quando a realidade começa a se instalar, pode surgir a raiva. A pessoa pode sentir frustração, ressentimento ou até culpa, direcionando esses sentimentos para diferentes aspectos da situação: a perda em si, a pessoa que se foi (em caso de falecimento), ou até para si mesma. A raiva pode ser uma maneira de lidar com a sensação de impotência diante da dor.
Barganha
Nessa fase, é comum que a pessoa tente negociar consigo mesma ou até com o destino, buscando maneiras de evitar a perda ou encontrar soluções para aliviar a dor. A barganha pode se manifestar em pensamentos como: "Se eu fizer isso ou aquilo, talvez a perda possa ser evitada" ou "E se eu mudar algo agora, quem sabe as coisas melhorem?". Essa fase reflete a tentativa de recuperar o controle sobre a situação ou de lidar com a sensação de impotência diante dela.
Depressão no luto
Quando a pessoa começa a se dar conta de que a perda é real, pode surgir uma tristeza profunda, um vazio e a sensação de que nada mais tem sentido. A depressão no luto é marcada por um grande sofrimento emocional, e a pessoa pode se sentir desmotivada e sem energia. Embora a dor intensa faça parte dessa fase, é importante prestar atenção aos sinais e buscar apoio emocional, seja de pessoas próximas ou de um profissional de saúde mental, caso necessário.
Aceitação
A última fase é a aceitação. Isso não significa que a pessoa esquece ou deixa de sentir saudade, mas ela começa a encontrar uma forma de seguir em frente. A aceitação não é uma "cura", mas uma reconciliação com a perda, onde a pessoa começa a reorganizar sua vida e encontrar um novo equilíbrio. É uma fase de maior paz interior e de adaptação à nova realidade.
3. Impacto físico e mental do luto
Impactos Físicos:
Fadiga extrema
Sensação de cansaço constante, mesmo após descanso.
Alterações no sono
Dificuldade para dormir (insônia) ou dormir excessivamente.
Alterações no apetite
Perda de apetite ou comer em excesso.
Dores físicas
Dor no corpo, como no peito, estômago, costas ou cabeça.
Sistema imunológico enfraquecido
Maior vulnerabilidade a doenças.
Tensão muscular
Tensão no corpo, especialmente nos ombros, pescoço e costas, causado pela sobrecarga emocional e pelo estresse prolongado.
Impactos Mentais:
Tristeza profunda
Sentimento de vazio e perda de alegria.
Dificuldade de concentração
Falta de foco em tarefas diárias e dificuldade para manter a atenção.
Sentimentos de culpa e arrependimento
Durante essa fase, a pessoa pode ter pensamentos sobre o que poderia ter feito de maneira diferente, sentindo-se responsável pela perda e acreditando que poderia ter agido de forma a evitá-la. Além disso, pode se arrepender de não ter realizado certas ações para a pessoa que se foi, como palavras não ditas ou gestos não realizados.
Confusão e desorientação
Durante o processo de luto, especialmente nas fases iniciais, a pessoa pode se sentir "fora de lugar", desconectada ou sem propósito, como se sua vida tivesse perdido o significado. Essa sensação é natural, já que a pessoa está lidando com uma mudança profunda e precisa encontrar um novo caminho para seguir em frente.
Ansiedade e medo
Preocupações com o futuro, insegurança em relação a novas perdas ou mudanças inesperadas.
Depressão
Sentimentos de inutilidade, humor deprimido e perda de interesse por atividades antes prazerosas.
4. Como lidar com o luto?
Conversar com pessoas de confiança para compartilhar seus sentimentos e aliviar a sobrecarga emocional.
Permita-se passar pelo luto, acolhendo suas emoções sem se criticar ou julgar. A superação acontece aos poucos e, durante esse processo, é natural que você comece a se sentir melhor. Não se culpe por isso. Não há um tempo exato para a duração do luto, e cada pessoa tem seu próprio ritmo.
Estabelecer pequenas rotinas para se manter ativo e reforçar a sensação de que é possível realizar as atividades do dia a dia.
Realizar atividades que ajudem a distrair a mente e trazer momentos de alívio das emoções e lembranças difíceis.
Escrever sobre o luto pode ser uma forma terapêutica de expressar sentimentos e dar forma ao que é difícil de falar.
Procurar ajuda profissional caso o luto se torne intenso ou persistente, para obter o suporte adequado.
5. Respeite seu tempo e suas emoções
O luto não segue uma receita exata. Cada pessoa vivencia a perda de maneira única, e o tempo e as formas de lidar com a dor podem variar. Não há um "caminho certo" ou uma cronologia definida para o processo de luto. Cada um encontra sua própria maneira de lidar com os sentimentos, emoções e desafios que surgem. O mais importante é respeitar o seu próprio ritmo, sem se comparar com os outros ou se cobrar por seguir um padrão.
6. Quando buscar ajuda de uma psicóloga?
Tristeza persistente.
Não conseguir realizar atividades diárias e voltar à rotina.
Sentimentos excessivos de culpa ou arrependimento.
Isolamento social prolongado.
Perda da esperança.
Sintomas físicos intensos (insônia, alteração de apetite, dores no corpo).
Dificuldade em seguir em frente.
Você não precisa enfrentar o luto sozinha. Esse é um processo único e desafiador, mas isso não significa que deva ser solitário. Permita-se sentir, acolher suas emoções e, sempre que precisar, busque apoio.
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