Autocrítica

1. O que é autocrítica?

A autocrítica é a capacidade de refletir sobre si mesma de forma crítica, avaliando os erros e acertos de suas ações e identificando os pontos a serem melhorados. No entanto, quando essa avaliação se torna extremamente rígida e negativa, ela pode gerar insegurança e ansiedade. Nesse caso, a autocrítica excessiva leva a pessoa a não considerar suas qualidades e conquistas, focando apenas nos erros e sentindo que nunca é boa o suficiente, o que compromete sua autoconfiança e seu bem-estar emocional.

Pessoas muito autocríticas podem ter pensamentos como:

• "Esse trabalho está certo, mas eu poderia ter feito melhor."

• "Olha como os outros fazem isso tão bem… eu sou péssima."

• "Não importa o quanto eu tente, nunca sou boa o suficiente."

• "Não vou nem tentar, porque sei que não sou capaz."

• "Se não for perfeito, não vale a pena."

• "Errar é inadmissível."

2. Como reconhecer a autocrítica excessiva?

• Foco excessivo nos erros

  A pessoa foca apenas nos aspectos negativos de si mesma e de suas ações, sem reconhecer suas qualidades ou os resultados positivos que alcançou.

• Sentimento de culpa constante

  Mesmo diante de pequenas falhas, sente-se culpada ou indigna de reconhecimento e valorização.

• Autossabotagem

  Evita desafios e perde oportunidades por medo de falhar e se expor a críticas.

• Comparação com os outros

  Avalia constantemente seu desempenho em relação ao dos outros, gerando sentimentos de inferioridade.

• Perfeccionismo excessivo

  A busca excessiva pela perfeição pode se tornar disfuncional, gerando frustração e ansiedade. Quando o medo de errar começa a te paralisar, o perfeccionismo se torna um problema.

3. Os efeitos da autocrítica excessiva

Algumas pessoas acreditam que ser rigorosa consigo mesma, cobrando-se excessivamente pela perfeição, é uma forma eficaz de motivação. No entanto, essa cobrança extrema tende a ter o efeito contrário: em vez de impulsionar o crescimento, pode gerar medo constante de errar, levando à procrastinação, fazendo com que a pessoa se sinta paralisada e prejudicando seu desenvolvimento pessoal e profissional.

O excesso de autocrítica também pode gerar sentimentos de culpa e vergonha, reforçando pensamentos negativos sobre si mesma e suas ações. Em vez de motivar, essa cobrança excessiva nos faz sentir como se nunca fôssemos bons o suficiente, o que, com o tempo, pode trazer prejuízos à saúde mental, como baixa autoestima, estresse, ansiedade e até depressão.

4. Como lidar com a autocrítica excessiva?

Embora a autocrítica excessiva possa ser desgastante, é possível adotar estratégias para lidar com ela e desenvolver atitudes mais compassivas e acolhedoras.

• Pratique a autocompaixão

  Em vez de se criticar duramente, pense em como você trataria um amigo que estivesse passando pela mesma situação. Você o julgaria com severidade ou ofereceria apoio e compreensão? Da mesma forma, trate-se com gentileza e respeito. É importante reconhecer que todos nós podemos cometer erros e que isso não diminui nosso valor. Ao ser mais compassiva consigo mesma, você se permite crescer sem se punir e oferece a si mesma o suporte emocional de que precisa para superar desafios.

• Questione seus pensamentos

  Quando perceber que está sendo dura demais consigo mesma, pergunte-se: "Estou pensando de forma muito autocrítica ou estou exagerando a situação?" Muitas vezes, a autocrítica excessiva é baseada em suposições ou expectativas irreais, e questioná-las pode ajudar a ver as coisas de maneira mais equilibrada.

• Busque reconhecer suas conquistas

  Pense nas conquistas que você teve, por menores que sejam. Ao focar no que foi positivo, em vez de apenas observar o que não deu certo, você fortalece sua autoconfiança e constrói uma visão mais realista e justa sobre si mesma.

• Busque apoio

  Se a autocrítica excessiva está prejudicando sua saúde mental, a terapia pode ser um ótimo caminho para aprender a lidar com esses pensamentos e emoções desafiadores, promovendo mais bem-estar e equilíbrio emocional.

Lembre-se: qualquer pessoa pode cometer erros, e isso faz parte do processo de crescimento. O importante é aprender com eles e seguir em frente com mais aceitação. Seja gentil consigo mesma, reconhecendo que você merece tratar-se com carinho ao longo do seu processo de desenvolvimento.

Referência

NEFF, Kristin. Autocompaixão: pare de se torturar e deixe a insegurança para trás. São Paulo: Lúcida Letra, 2017.